Tuesday, September 29, 2020

O Problema com Paulo (Parte 4)

 Tiago e Paulo

Conforme evidenciado por sua carta, Tiago tem uma compreensão radicalmente diferente dos ensinamentos de Jesus do que Paulo, que defende a crença de que o homem é salvo somente pela fé na obra de Expiação e Ressurreição de Cristo. Muitos estudiosos tentaram reconciliar os dois apóstolos negligenciando a óbvia contradição entre seus pontos de vista sobre a fé e a Lei. Outros, percebendo a futilidade de tal esforço, optam por ignorar a epístola do irmão do Senhor por uma questão de coesão teológica. Há um perigo inerente à doutrina da justificação pela fé de que ela pode levar ao desprezo pela moralidade em geral. O próprio Paulo teve que lidar com tais ocorrências durante sua própria vida e as comunidades Cristãs sempre lutaram tentando impor e encorajar a moralidade, enquanto também pregava que o homem é salvo somente pela fé e que as boas obras representam pouco mais do que "trapos imundos". Por essa razão, a Epístola de Tiago desempenhou o papel vital de servir de freio e contrapeso contra o Paulinismo extremo.1

 

Em grande parte por causa da fenda teológica entre Tiago e Paulo, vários estudiosos do Novo Testamento chegaram à conclusão de que as crenças de Tiago e da Igreja de Jerusalém estão em nítido contraste com o Cristianismo normativo. No Irmão de Jesus e os Ensinamentos Perdidos do Cristianismo, Jeffrey Butz escreve: “Tudo aponta para a conclusão de que os líderes da chamada ‘Igreja de Jerusalém’ não eram cristãos em nenhum sentido que seria inteligível para os cristãos de uma data posterior.”2 Keith Akers chegou a uma conclusão semelhante em sua obra A Religião Perdida de Jesus escrevendo: “Os livros que buscam entender o judaísmo de Jesus são agora numerosos. No entanto, quase ninguém quer enfrentar o problema do Cristianismo Judaico. A razão para essa relutância não é difícil de encontrar; as opiniões do Cristianismo Judaico não são as da maioria dos Cristãos. A teologia é obviamente inaceitável, sendo em essência uma forma de monoteísmo Judaico.”3

Fonte: “Our Father Forsaken, The Abandonment of the God of the Old and New Testaments” (Nosso Pai Abandonado, O Abandono do Deus do Antigo e Novo Testamentos) publicado por Pastor Hyung Jin Sean Moon.



1  Morrison, “James, the Caliph of Christ”.

2  Jeffrey Butz, The Brother of Jesus and the Lost Teachings of Christianity, p. 151

3  Keith Akers, The Lost Religion of Jesus (Myerstown, PA: Lantern Books, 2000) p. 226

Sunday, September 27, 2020

O Problema com Paulo (Parte 3)

 Jesus Cristo

Os escritos de Paulo constituem mais de um terço do Novo Testamento e são o núcleo do protestantismo contemporâneo. No entanto, em suas cartas, ele fala muito pouco do Jesus histórico e faz pouca referência às instruções e advertências do Senhor. Isso é peculiar, uma vez que Paulo encontrou e conversou com vários dos Doze Apóstolos e teria conhecimento das informações que Jesus lhes transmitia. Sobre o estranho silêncio de Paulo sobre Jesus, Tom Harpur escreve: "Os primeiros escritos do Novo Testamento, que compõem mais de um quarto de seu conteúdo total, são as cartas do apóstolo Paulo. O que é absolutamente impressionante sobre elas é o seu silêncio total sobre o assunto de Jesus histórico de Nazaré."1

A experiência de Jesus ressuscitado permaneceu para Paulo a única questão de importância. Ele via a morte de Jesus como um assunto de outro mundo, parte de um plano divino que havia sido elaborado "antes das eras", pelo qual os poderes que governam o mundo crucificavam na ignorância "o Senhor da glória" (1 Cor 2:8).2

Uma Figura de Suspeito

Além disso, o relacionamento de Paulo com Tiago, irmão do Senhor e governante da Igreja primitiva, permaneceu altamente controverso e problemático. Em seu relato de Paulo, David Wenham escreve: "Hoje podemos pensar em Paulo como uma figura importante e influente. Mas toda a evidência é que ele foi inicialmente considerado por muitos cristãos com suspeito. Ele passou pouco tempo em Jerusalém e não participou da liderança da igreja primitiva."3

Ao se tornar Cristão, Paulo pregou na sinagoga em Damasco. Os Judeus, sabendo que ele havia perseguido Cristãos anteriormente, suspeitaram ele e fizeram planos para matá-lo. Paulo escapou com a ajuda de seus amigos e dirigiu-se a Jerusalém para buscar orientação e apoio de Tiago e do Conselho de Jerusalém. Mas as suspeitas sobre a intenção de Paulo permaneceram e os judeus helenísticos em Jerusalém também tentaram matá-lo antes que ele partisse para sua primeira grande viagem missionária.

Fonte“Our Father Forsaken, The Abandonment of the God of the Old and New Testaments” (Nosso Pai Abandonado, O Abandono do Deus do Antigo e Novo Testamentos) publicado por Pastor Hyung Jin Sean Moon. 


1  Tom Harpur, The Pagan Christ: Is Blind Faith Killing Christianity? - New-York: Walker and Company, 2004, p. 166

2  Ian Wilson, Jesus: The evidence - San Francisco: Harper, 1996, p. 156

3  David Wenham, Did St. Paul Get Jesus Right? Oxford, England: Lion Books, 2010, pp. 48-49

Friday, September 18, 2020

O Problema com Paulo (Parte 2)

O Gnosticismo de Paulo 

O amor de Marcion por Paulo estava enraizado no fato de que o Apóstolo em suas epístolas frequentemente falava como um Gnóstico1. Para os Coríntios, ele escreveu:

 “Entretanto, falamos de sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada. Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória.”  1 Coríntios 2:6-8

Além do mais, Paulo sugeriu que ele estava prestes a revelar conhecimento sobre um Deus oculto. Em Atos 17:23, Paulo disse a uma audiência de gentios:

 “Pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio.” Atos 17:23

 

A Maldição da Lei 

Acima de tudo, Paulo é apreciado por Marcion e os gnósticos por suas declarações sobre a lei. 

Em 1 Coríntios 15:56, ele escreveu:

 “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.” 1 Coríntios 15:56

 Em Gálatas 3:10-13, ele falou da lei como uma maldição escrevendo:

 Já os que são pela prática da lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: "Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei".

É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé".

A lei não é baseada na fé; pelo contrário, "quem praticar estas coisas, por elas viverá".

Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Gálatas 3:10-13

Ao fazer tais declarações, Paulo separou a si mesmo e sua Cristologia do Judaísmo. Para o verdadeiro judeu, a lei era um presente de Deus para Israel, o próprio fundamento de Sua aliança com Seu povo. O salmo 19: 7-11 proclama:

A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.

Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.

O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.

São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.

Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes. Salmos 19:7-11


Fonte “Our Father Forsaken, The Abandonment of the God of the Old and New Testaments” (Nosso Pai Abandonado, O Abandono do Deus do Antigo e Novo Testamentos) publicado por Pastor Hyung Jin Sean Moon. 


1  O significado comumente aceito de gnostikós em clássicos gregos é "aquele que sabe" ou "que entende", como na comparação entre "o que pratica" (praktikós) e "o que entende" (gnostikós

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gnosticismo

Thursday, September 17, 2020

O Problema com Paulo (Parte 1)

Introdução 

Na história de nossa cultura, poucos indivíduos foram tão influentes quanto Paulo, o Judeu do Primeiro Século que deixou de ser o mais virulento perseguidor do Cristianismo para se tornar seu advogado mais poderoso, seu intérprete mais eficaz e o líder de sua marcha triunfante pelo antigo mundo. No entanto, provavelmente não há ninguém nessa história com quem mais de nós tenha dificuldade em chegar a um acordo. Não somos os primeiros a encontrá-lo perplexo e, de certa forma, intratável. Como Judeu, ele era considerado com suspeita, mesmo como Cristão, não era totalmente aceito na comunidade religiosa à qual se entregava com tanta devoção.  (John Knox, “A voz de Cristo entre as Nações” - 1965)

Quando Marcião compilou seu cânon das escrituras, ele incluiu o Evangelho de Lucas e as epístolas de Paulo aos Romanos, Efésios, Colossenses, Laodicenses (uma carta agora perdida), Gálatas, Primeiro e Segundo Coríntios, Primeiro e Segundo Tessalonicenses, Filemom e Filipenses.1 Sem Paulo, a Igreja primitiva não teria sido atormentada pela heresia gnóstica. No artigo "Os escritos de São Paulo" de John T. Fitzgerald e Wayne A. Meeks, afirmam:

Enquanto os Valentinianos e outros Gnósticos enfatizavam Paulo, não havia ninguém na igreja antiga, "herege" ou "ortodoxo", que fazia afirmações tão sérias e exclusivas sobre Paulo como Marcion. Nascido cerca de vinte ou trinta anos após a morte de Paulo, Marcion ficou convencido de que a salvação pela graça era a essência mais pura do evangelho cristão. Mas levado à sua conclusão lógica, ele acreditava que isso significaria que o Deus da graça manifestado em Jesus Cristo era distinto do Deus do Antigo Testamento. A criação e a lei foram os produtos do Deus da justiça, mas a esperança da humanidade estava no Deus do puro amor, desconhecido antes de Cristo e totalmente sem relação com este mundo.2

O Primeiro Herege

Marcião de Sinope - ou Marcion - (em gregoΜαρκίων Σινώπηςc. 85 – 160) foi um dos mais proeminentes heresiarcas durante o Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada  marcionismo propunha dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento, foi denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi excomungado. Curiosamente esta separação será posteriormente adoptada pela igreja e utilizada a partir de Tertuliano, assim como a sua rejeição de muitos livros que seus contemporâneos consideravam como parte das escrituras mostrou à Igreja antiga a urgência do desenvolvimento de um cânon bíblico.3

 Fonte“Our Father Forsaken, The Abandonment of the God of the Old and New Testaments” (Nosso Pai Abandonado, O Abandono do Deus do Antigo e Novo Testamentos) publicado por Pastor Hyung Jin Sean Moon.


1  Steve Rudd, “The Canon of Marcion the Heretic,” The Canon of the Bible,

 https://www.bible.ca/b-canon-canon-of-marcion.htm

2  John T. Fitzgerald & Wayne A. Meeks, The Writings of St. Paul (The Only True Apostle: Marcion´s Radical Paul, excerpt)

 https://genius.com/St-paul-the-writings-of-st-paul-the-only-true-apostle-marcions-radical-paul-excerpt-annotated

3  https://pt.wikipedia.org/wiki/Marci%C3%A3o_de_Sinope

Tuesday, April 14, 2020

Queda do Homem (Conclusão)


Conclusão


Por que homens e mulheres têm que esperar e se disciplinar em vez de começar um relacionamento amoroso sempre que lhe desejar? Sabemos que todos os seres foram criados para alcançar a perfeição somente depois passar por um período de crescimento.

A interpretação ou explicação da Queda do Homem é uma das maiores descobertas da história da humanidade. "Eu trouxe uma declaração revolucionária ao mundo de que o fruto proibido era um símbolo de amor entre homem e mulher. Do amor pode brotar frutos bons ou maus.”

A queda do homem foi um acidente de amor. Esta é a maior declaração porque atinge o núcleo do mal. É também o diagnóstico mais lógico e correto, possibilitando a prescrição correta para o tratamento. O importante é que homens e mulheres sejam puros quando consumarem seu primeiro amor (dentro do compromisso de casamento).

O núcleo do amor não foi alcançado, o resultado oposto e maligno surgiu, trazendo divisão e amor pervertido. Isso resultou não apenas na negação de Deus, mas na negação dos pais, de homens e mulheres. A civilização humana afundou abaixo dos animais.

A Queda de Adão e Eva foi um relacionamento sexual prematuro que contaminou o ideal do amor verdadeiro de Deus. Adão e Eva que deveriam guardar o mandamento dado por Deus, caíram durante seu período de crescimento. Eva foi tentada pelo arcanjo, simbolizado por uma serpente, caiu espiritualmente. Em seguida, ela tentou Adão, e os dois caíram fisicamente. Já que Adão e Eva viviam felizes e em comunicação com Deus, o único provável pecado cometido por eles sob o risco de vida não é outro senão o pecado do amor ilícito.

Adão morreu com a idade bíblica de 930 anos, e o seu corpo voltou ao pó; mas esta não foi a morte causada pela Queda. Deus criou os seres humanos para envelhecerem e voltaram ao pó; a morte física faz parte do plano original da criação, independentemente da Queda. O corpo físico é a roupagem do espírito. Somente o eu espiritual, despojado de suas vestes, pode ingressar no mundo espiritual e viver lá eternamente.

Como a Queda não causou a morte no sentido da expiração da vida física, podemos deduzir que ela trouxe outro tipo de morte. A separação do domínio de Deus, a morte espiritual e a entrada no domínio de satanás. porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.Romanos 6:23

“Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.1 Coríntios 15:22 Este versículo significa que estamos mortos porque herdamos a linhagem de satanás como resultado da Queda de Adão; mas quando voltarmos à linhagem de Deus, através do Cristo, seremos ressuscitados para a vida.

Thursday, April 2, 2020

Por que Deus não Interferiu na Queda (parte 12)


Por que Deus não Interferiu na Queda


A crença convencional afirma que Deus é onipotente, todo-poderoso, onisciente e soberano é inconsistente com a ideia de um Deus que "não pode" intervir para interromper a ação decaída. Sem entender o processo da criação, o período de crescimento e a responsabilidade humana, parece que Deus sabia que estava acontecendo e intencionalmente não impediu a queda.

Alguns acreditam que Deus tinha um plano e um propósito pré-determinado para permitir a queda, porque sem a Queda, não teria pecado, não teria a necessidade da salvação, não teria a necessidade da vinda de Jesus Cristo.

Deus escolheu não exercer controle direto sobre Adão durante o período de crescimento, a fim de cumprir Seu propósito de que Adão recebesse uma responsabilidade por seu próprio crescimento.
Deus confiou plenamente que Adão e Eva obedeceria a Sua palavra e, portanto, não precisou exercer sua onisciência para ver se eles cumpririam ou não.

Quando Adão pecou, portanto, quebrou completamente a confiança que Deus havia depositado neles. O sofrimento de Deus expresso em Gênesis 6: 6 é um sofrimento genuíno, não é simbólico. Deus é um pai amoroso, sacrificando-se para restaurar Seus filhos perdidos.

A responsabilidade e o papel que recebemos são uma parte da responsabilidade e do papel de Deus. Cumprir nossa porção de responsabilidade é a chave para nós, elevar-nos acima da dimensão das outras criaturas para o reino dos filhos de Deus.

1. Deus exerce controle direto e incondicional apenas sobre seres perfeitos.
Em Mateus 5: 48, falou “Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” Para os seres humanos é o aperfeiçoamento do caráter individual, como Deus disse em Gênesis 1: 28 “Frutificai” ou tornar-se maduro.

2. Deus controla seres imaturos em crescimento, indiretamente e condicionalmente, através da condição da ação baseada no princípio.
Durante o período de crescimento, seres imaturos devem produzir condições de ação baseada no princípio.

3. A responsabilidade de Adão e Eva é manter a fé no mandamento.
Enquanto eles cumprirem essa condição, permanecerão na esfera do controle e da liberdade de Deus. Se eles falharem em produzir essa condição, cairão fora do domínio do controle e da liberdade de Deus.

· O processo de crescimento implica que o homem cumpra uma responsabilidade:
produzir a condição de fé na palavra de Deus.
Com esse entendimento, vamos examinar as razões pelas quais Deus não interferiu e interrompeu a ação decaída.

1. A Fim de Manter a Perfeição e o Absoluto de Seu Princípio


Se Deus interferisse nas ações humanas durante o seu período de crescimento, isso equivaleria a ignorar a porção de responsabilidade humana. Neste caso, Deus estaria desrespeitando o Seu próprio Princípio da Criação.


2. Somente Deus é o Criador e para não reconhecer satanás como o Criador


Deus só governa (ou interfere sobre) algo que Ele tenha criado. Deus não controla nenhuma existência fora do Princípio, por exemplo, o inferno ou atos criminosos.
Deus não impediu Satanás de atacar Jó. É a fé de Jó em Deus que é o elemento chave que força Satanás a abandonar.
Se Deus tivesse interferido na Queda dos primeiros antepassados humanos, Ele estaria atribuindo a esses atos o valor de criações Suas. Foi satanás que manipulou a situação e tornar-se-ia o criador de todos os frutos da Queda.

3. A fim de Dar aos Seres Humanos Domínio sobre a Criação


Deus criou os seres humanos e os abençoou com o domínio sobre todas as coisas da Criação. (Gn 1: 28) Os seres humanos não podem governar outras criaturas se estiverem na mesma posição de igualdade. Deus precisava que os seres humanos se aperfeiçoassem por meio do cumprimento de sua própria porção de responsabilidade. Para que Deus pudesse abençoar os seres humanos como senhores da Criação, Ele tinha que se manter longe e não intervir nos atos dos seres humanos imaturos.


Thursday, March 5, 2020

O Propósito do Mandamento (parte 11)


O Propósito do Mandamento

O Homem é Co-Criador com Deus


Deus está compartilhando Seu papel conosco, a fim de nos proporcionar uma grande oportunidade: compartilhar Sua natureza. Nós somos criados à sua imagem. Devemos ser os objetos através dos quais Deus experimentaria o amor.

O processo pelo qual Deus transferirá sua natureza para nós é o processo do homem assumindo uma parte do papel e da responsabilidade de Deus. Ao receber o mandamento e assumir a responsabilidade de nos disciplinarmos centrados nessa lei moral, ganhamos a natureza do Criador.

Deus criou homem e mulher; no entanto, Deus não "completou" essa criação. Deus deu ao homem o papel de completar a criação do homem. Deus criou as partes, mas é o homem que deve trazer as partes à "unidade".

É por isso que Adão e Eva devem passar pelo período de maturidade. É por isso que eles devem assumir a responsabilidade de aplicar a ferramenta da fé no mandamento para esse objetivo.

Ao fazer isso, eles se unem em parceria com Deus na criação do homem ideal, da família e do universo. Ao assumir o papel de Deus e ter a mesma missão e propósito que Deus, Adão e Eva herdam a natureza e a autoridade de Deus. Assim, eles deveriam se tornar "governantes" (ter domínio) do universo.

Liberdade

Adão e Eva podiam se corromper porque ainda não eram um com Deus. Eles nasceram na perfeição, mas não no estado de maturidade.

Porque Adão e Eva finalmente deveriam se tornar um em amor com Deus, eles tiveram que crescer em amor, se tornar doadores de amor. Para se tornar doadores de amor, Adão e Eva tinham que ter criatividade, liberdade e livre escolha. A base da liberdade é a responsabilidade.

Para que a responsabilidade deles fosse genuína, a possibilidade de fracasso tinha que ser um potencial em seu papel de responsabilidade. Adão e Eva teriam que manter a condição de fé (sua responsabilidade) para manter o ambiente de liberdade.

A causa do pecado não é a livre escolha, mas a perda da liberdade resultante da perda da fé no mandamento. É por isso que todo pecado tem a natureza de hábito e dependência, tornando os pecadores "escravos do pecado."

Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado.... e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.... Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Romanos 6: 17-20

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.
Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.
Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Tiago 1:13-15


Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
2 Coríntios 3:17

A verdade é que, quando mantemos as condições para a liberdade (fé na palavra de Deus), a presença do Senhor se torna parte integrante de nossa experiência com a liberdade. Precisamos de liberdade, não para que o pecado ocorra, mas para construir o ideal do amor.


Monday, March 2, 2020

A Força do Amor, a Força do Princípio e a Razão do Mandamento (parte 10)


A Força do Amor, a Força do Princípio
e a Razão do Mandamento


O mandamento é uma ferramenta que, se aplicada, dá ao homem a oportunidade de autogoverno. Ter esse papel de governar a si mesmo é a essência do que dá ao homem o potencial de se elevar acima do reino de criatura e fazer parte do reino de descendente (imagem) de Deus.

A força do princípio direciona um ser para o seu maior potencial. É o poder de amadurecimento. Causa crescimento e direciona todas as entidades para o cumprimento de seus propósitos, para alcançar a perfeição. A criação é controlada por esse poder.

A força do amor, no entanto, é a força que direciona o sujeito a se tornar um com um objeto. A razão pela qual o homem não deve ser controlado pelo poder do princípio é que o propósito de Deus para o homem é se envolver em relacionamentos centrados no amor.

Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. 1 João 4:16

Portanto, o homem deve ser controlado em última instância no amor. Isto, o amor é essência e é uma força mais forte no homem:

A FORÇA DO AMOR > A FORÇA DO PRINCÍPIO

Adão e Eva não devem se tornar "um" um com o outro até que se tornem "um" em sua mente e corpo e, portanto, se tornem "um com o Senhor." Eles devem ser "frutíferos" (maduros) antes de "multiplicar". (Gn 1: 28) O objetivo do período de crescimento é fornecer a Adão e Eva o tempo necessário para unir sua mente e corpo e tornar-se "um com o Senhor".

E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Malaquias 2:15

Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. 1 Coríntios 6:13

Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.... Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. 1 Cor 6:16,18

Não é o sexo que é inerentemente "ímpio". É o momento e a sequência.

Contudo, uma força menor (a força do princípio), com seu objetivo em direção à maturidade, não pode controlar uma força maior (a força do amor), com seu objetivo em relação a Adão e Eva se tornando um.

A menos que um terceiro elemento de controle seja emitido, Adão e Eva tenderão a uma consumação prematura ou "imoral". Aí reside a razão do mandamento: "Não coma a fruta". Mas a fé é uma força?

E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. Mateus 17:20

Com o poder da fé na palavra de Deus combinado com o poder do princípio, a força do amor manteria sua concordância com o objetivo da maturidade.

Thursday, February 13, 2020

Deus sofre - (Parte 9)


Deus sofre


Em Gênesis 6: 6, nós vemos que “O Senhor ficou tão triste e com o coração tão pesado” (NTLH) Enquanto Ele observou os resultados da queda. Um Deus que deveria experimentar a alegria do amor realizado tornou-se um Deus de dores que teria que perseguir o homem em um árduo processo histórico de restauração.

O oráculo de Ezequiel, capítulo 16, representa a frustração, a tristeza e a dor de Deus, devido aos pecados cometidos em Jerusalém e pela nação de Israel. Você começará a sentir o coração Deus ferido com as tristezas inconsoláveis de uma tragédia que iniciou bem antes do povo de Israel, lá, no Jardim de Éden.

Depois de toda a tua maldade (Ai, ai de ti! — diz o Senhor Deus),
edificaste prostíbulo de culto e fizeste elevados altares por todas as praças.
A cada canto do caminho, edificaste o teu altar, e profanaste a tua formosura, e abriste as pernas a todo que passava, e multiplicaste as tuas prostituições.
Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos de grandes membros, e multiplicaste a tua prostituição, para me provocares à ira.
Ezequiel 16:23-26

Ai, ai de ti! Esse foi o lamento triste de Deus sobre Israel perverso. O protesto de Deus veio de grande profundidade de sentimento.

Qual é o pináculo do sofrimento de Deus? Não há dúvida de que a queda dos filhos de Deus, Adão e Eva, é o ponto focal de Sua dificuldade. Deus é o pai da humanidade e Adão e Eva são seus primeiros filhos. Quando essas crianças caíram, as consequências tiveram um impacto direto em Deus e causaram-Lhe um sofrimento incrível.
As sementes do sofrimento do homem ao longo da história foram plantadas por Adão e Eva sendo corrompidos no início da história humana, e a partir daquele momento o sofrimento foi transmitido de geração em geração.
A queda do homem trouxe três conseqüências: Deus perdeu Seus filhos e Seu templo, porque o homem era a morada de Deus. Além disso, Deus perdeu o único lar em que Seu amor poderia ser manifestado; Adão e Eva não eram apenas para serem filhos de Deus, mas para serem os destinatários de Seu amor. Com a queda do homem, Deus perdeu tudo o que tinha esperança no amor de Seus próprios filhos, no amor entre marido e mulher e no amor entre pais e filhos. (Rev S. M. Moon, O Pináculo do Sofrimento, 26 de junho de 1977)


Monday, January 13, 2020

Os Resultados da Queda (parte 8)


Os Resultados da Queda

O Pecado Original

Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;
pois antes de ser dada a lei, o pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei.
Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir.  
Romanos 5:12-14

Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados.                      1 Coríntios 15:22

A Mudança da Linhagem de Sangue

O problema essencial do homem decaído é que somos todos descendentes de um “Adão morte”1. É por isso que a salvação do homem decaído exigirá um novo Adão (Cristo) e exigirá um processo de enxerto em sua nova linhagem.
O ponto chave da queda não é apenas que o homem pecou, mas o pecado do homem estabeleceu uma condição para Satanás exercer uma reivindicação sobre a linhagem de Adão e Eva.
Como poderia um arcanjo, destinado a servir o homem, obter a posição de "deus" e "governante" sobre o homem? O arcanjo não poderia ganhar isso por sua própria vontade, ele precisava da cooperação voluntária do homem.

Gênesis 3:1- indica o processo que Lúcifer usou para obter domínio. Lúcifer assumiu a posição de "deus" ao tentar Eva, primeiro refutando o Mandamento de Deus e depois substituindo a verdadeira palavra de Deus pela sua.
Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim" Gênesis 3:1
Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão! Gênesis 3:4

Ao dar a Palavra, Deus está dando ao homem a oportunidade de compartilhar Seu papel e Sua natureza. Se o homem tivesse cumprido esse papel, a coroação de Deus como Deus substancial, Pai e Rei teria sido alcançada.

Lúcifer sequestrou o poder da coroação dada ao homem por Deus. Lúcifer ganha a posição de deus sobre Eva, dando a ela sua palavra, que era uma palavra falsa. Ele precisava de submissão voluntária de Eva à sua palavra.

Ao submeter-se à sua palavra através da ação da queda espiritual, Eva valida sua posição como "deus". Esse padrão é repetido com Adam. Lúcifer foi capaz de assumir a posição de domínio sobre eles como "deus", "governante" e "pai". Essa foi a "mudança da linhagem sangue" em sua essência.

O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 2 Coríntios 4:4

Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. João 12:31

 Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. João 8:44

1  A morte causada pela Queda não significa o fim da vida física, mas a separação do Amor de Deus, a morte espiritual, e o domínio de satanás.