Wednesday, January 21, 2009

MATRIMÔNIO

MATRIMÔNIO

Trabalho apresentado segundo as exigências do Curso de Teologia Catequética para leigos e religiosos, Pós-graduação Lato Sensu para portadores de diploma superior, sob a orientação dos Professores Pe. Tiago e Pe. Fernando.

CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO - UNIFAI
VILA MARIANA - SP - 2005 - 3° SEMESTRE


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1) O desígnio do Criador

2) A ruptura com Deus

3) Jesus e o Casamento

4) A Celebração do Matrimônio em diversas Tradições
a) Judaica
b) Ortodoxa
c) Muçulmana
d) Budista
5) Amor e Casamento

6) Casamento para a Paz Mundial
7) Matrimônio Abençoado e o Mundo Espiritual
8) O Significado Fundamental do Amor
a) O Amor Conjugal
b) O Amor Espiritual
c) Ágape – O Amor Incondicional das Religiões
9) Passos práticos para um Casamento Eterno
10) A vocação do Matrimônio e o voto de castidade

CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

A maioria das culturas considera o casamento como um dos mais importantes acontecimentos da vida humana ao lado do nascimento e da morte, não temos nenhum poder de interferir ou decidir a respeito de nosso nascimento ou de nossa morte. No entanto, a felicidade, o sucesso humano vai depender de como nós concebemos o casamento, e de nossa capacidade a manter e renovar nosso compromisso de esposo e esposa para a vida inteira.

A comunhão de vida entre o homem e a mulher abençoada pelo “Sacramento do Matrimônio” era o plano original da vontade de Deus, mas que deixou de ser cumprida devido o pecado. O relacionamento entre a mulher e o homem se tornou conflitado fora do “Princípio Divino”, os frutos do mal se multiplicaram desde o primeiro casal Adão e Eva para toda a raça humana. O propósito da história da salvação é a restauração do Casamento Ideal anunciado no Apocalipse:
“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque
vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”.
(Ap 19, 7)

1) O Desígnio do Criador[1]

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; macho e fêmea os criou”. (Gn 1, 27)

“E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-
lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. (Gn 2, 18)

“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à
sua mulher, e serão ambos uma carne”. (Gn 2, 24)

A finalidade da criação “era bom” (Gn 1, 4-31), quando Deus criou adão e Eva deu-lhes as três grandes bênçãos:

“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos,
e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e
sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre
a terra”. (Gn 1, 28)

Podemos entender que “tudo foi feito no início para ser aperfeiçoado através de um certo período de tempo”[2]. A primeira bênção de Deus era para Adão e Eva crescerem até alcançar a perfeição individual, ou seja “frutificar”, obedecendo ao mandamento de Deus, se tornar o templo de Deus (I Cor 3, 16) e formar um só corpo com Ele (Jo 14, 20). Desta maneira Adão e Eva, bons objetos, refletindo as características divinas do criador estariam prontos para receber o “Sacramento do Matrimônio” que é a segunda bênção de Deus “multiplicar”. Não há registro na Bíblia Sagrada mencionando que a união do primeiro casal humano foi abençoada e aprovada por Deus, ao contrário logo após o relato da criação, antes de alcançar a perfeição, durante o período de crescimento, na adolescência, Adão e Eva caíram, o capitulo 3 da Gênesis relata a Queda que provocou a ruptura com Deus.

2) A Ruptura com Deus[3]

A história da queda é codifica; muitos cristãos até o dia de hoje, acreditam que o fruto que levou Adão e Eva a cair era literalmente o fruto de uma árvore[4]. (Gn 3, 6). Mas Jesus disse:

“O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o
que sai da boca, isso é o que contamina o homem”. (Mt 15, 11)

Em Gênesis 2, 25 lemos que Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam de sua nudez, mas, depois da Queda, eles ficaram envergonhados de sua nudez e coseram folhas de figueira fazendo cintas para cobrir suas partes inferiores. (Gn 3, 7)

Podemos entender que a parte sexual de Adão e Eva se tornou o lugar de transgressão, pois eles cometeram pecado através daquela parte.
Eva comendo o fruto primeiro significa que ela caiu com “a serpente” podemos entender que “a serpente” era o arcanjo Lúcifer que se tornou Satanás segundo o versículo Ap 12, 9:

“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o
diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na
terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.

Segundo a epístola de Judas 6 e 7 os anjos cometeram o pecado de prostituição e imoralidade como aconteceu na cidade de Sodoma.

Disto podemos raciocinar que o anjo Lúcifer cometeu um pecado de fornicação com Eva. Lúcifer, que deixou sua posição devido ao desejo excessivo, e Eva, que desejava que seus olhos fossem abertos, como os de Deus, formaram uma base recíproca e tiveram um relacionamento sexual através da ação de dar e receber[5].

Eva ainda adolescente e imatura herdou do arcanjo as características primárias da natureza decaída que surgiram quando o arcanjo cometeu um ato sexual com ela contra a vontade de Deus.

O Princípio Divino afirma que existem quatro motivações herdadas de Lúcifer que contaminaram a primeira mulher da humanidade, que foram transmitidas com o “pecado original” a todos descendentes:

O ciúme que é a falha em amar do ponto de vista de Deus, deixar sua posição, dominar e multiplicar o mal.
Eva recebeu também o sentimento de medo, que veio de uma consciência culpada por causa de sua violação do mandamento. (Gn 2, 17)

Esta foi a triste história da “Queda Espiritual”, Eva já morreu espiritualmente, mas Adão ainda estava puro e inocente, mas um jovem adolescente imaturo, se a este ponto Adão tivesse guardado o mandamento e não se deixasse seduzir por Eva ele teria alcançado a perfeição. Ele teria condições de restaurar e salvar sua futura noiva com a ajuda de Deus. E com um perdão especial, eles teriam recebido o “Sacramento do Matrimônio”.

Mas infelizmente, logo depois, Eva, então, veio a seduzir Adão, na esperança de que ela pudesse livrar-se do medo, assim, eles formaram uma base recíproca e, através da ação de dar e receber eles caíram em um relacionamento sexual ilícito[6].

Como resultado disso, Satanás, o diabo se tornou o pai da raça humana como Jesus disse em João 8, 44. Somos Raça de víboras. (Mt 3, 7; 12, 34 e 23, 33)

Então os primeiros pais da humanidade foram expulsos do Jardim do Éden (Gn 3, 24) depois de cometer o pecado de adultério e não tinham direito de receber a Bênção do “Sacramento do Matrimônio”.

3) Jesus e o Casamento

No limiar de sua vida pública, Jesus opera seu primeiro sinal – a pedido de sua mãe – por ocasião de uma festa de casamento[7]. A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias de Cana. O casamento é uma realidade boa, o evento mais importante da vida para todos, incluindo para Jesus que ficou muito chateado com sua mãe:

“Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é
chegada a minha hora”. (Jo 2, 4)

Estas palavras duras de Jesus para sua mãe revelam um sentimento de repreensão até de vergonha para Jesus, bem diferente da interpretação tradicional. Na verdade Jesus estava muito decepcionado com sua mãe porque Jesus lhe havia explicado várias vezes sobre a importância e a necessidade de seu casamento, mas Maria o rejeitou, Jesus precisava da ajuda de sua mãe para encontrar sua noiva. Todos os homens de sua idade eram já casados, nesta época, era costume para os homens de casar ao redor de 18 anos de idade. Porque Jesus não se casou? Ele não podia encontrar a noiva que estava qualificada para a Providência de Deus[8].

Nesta época ninguém acreditava que ele tinha sido concebido pelo Espírito Santo. Todo mundo pensava que ele era um filho ilegítimo, ninguém queria oferecer uma noiva para um filho de pai desconhecido.

As palavras de Jesus revelavam um coração de reprovação em relação a sua mãe ajudando nas bodas alheias, mas deixando de ajudar seu filho a receber sua noiva, que era o requisito mais importante na providência da restauração conduzida por Deus. Podemos entender Jesus em suas palavras:

“Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha
mãe? E quem são meus irmãos?” (Mt 12, 48)
Depois de enfrentar a oposição de Maria, Zacarias, Isabel e João Batista, Jesus teve que deixar sua casa, mas como não tinha para onde ir, lamentou dizendo[9]:

“As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho
do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. (Mt 8 ,20)

Jesus veio como o Filho de Deus, sem pecado original, da linhagem direta de Deus, substituindo o primeiro Adão que contaminou a linhagem de sangue da humanidade quando ele se relacionou com Eva que já estava adulterada com o arcanjo Lúcifer. Deus tencionava estabelecer o Reino de Deus na Terra, no caso que Jesus seja aceitado pelo povo judeu e realize as “Bodas do Cordeiro” com uma nova Eva, mostrando o casamento modelo ideal para que todos os homens decaídos possam ser enxertados com o casal salvador e assim eliminar seu pecado original[10].

Em conseqüência, por mais devoto que seja um cristão, ele não consegue eliminar o pecado original que vem pela carne, ninguém foi capaz de desprender-se da linhagem de Satanás, na melhor das hipóteses, somos filhos adotivos perante Deus. Por esse motivo disse São Paulo:

“E não só a criação, mas nós mesmos, que temos as primícias do
Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção,
a saber, a redenção do nosso corpo”. (Rm 8, 23)

Por conseguinte, a tarefa para restaurar toda a humanidade para que sejam filhos da linhagem direta de Deus, fica para ser cumprida pelo Cristo na sua segunda volta, como está profetizado no Apocalipse 22, 14:

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no
sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e
possam entrar na cidade pelas portas”.
“Lavar sua vestidura no sangue do Cordeiro” significa eliminar o pecado original através de Cristo que vai restaurar o direito à “árvore da vida” que foi perdida no jardim de Éden.

4) A Celebração do Matrimônio em diversas Tradições

a) Judaica
Os judeus consideram o casamento um momento de santificação e celebram suas uniões embaixo de uma tenda chamada Chupá. “Ela tem quatro cabos e um teto, mas não possui paredes. Significa a fragilidade do lar”, diz o rabino Yehuda Busquilla, da Congregação Israelita Paulista. Cabe ao casal construir as paredes do lar, ou seja, torná-lo forte e resistente[11].

O conceito do casamento judeu é baseado no mandamento que Deus deu na Gênesis 2, 18, 22-24. Como o casamento é uma instituição divina, o celibato não é considerado como uma virtude. Então os judeus consideram o casamento como necessário não só para produzir filhos neste mundo, mas também para desenvolver a personalidade individual.
Como todas as grandes religiões, o judaísmo ensina que a atividade sexual é aceitável somente dentro do casamento. O adultério é estritamente proibido[12].

b) Ortodoxa
Como o noivo e a noiva são coroados durante a cerimônia, o casamento ortodoxo também é chamado “sacramento da coroação”. O casal dá três voltas ao redor do altar, acompanhando o sacerdote que carrega incenso e uma vela. O número 3 é uma referência à Santíssima Trindade e os círculos simbolizam a eternidade de Deus[13].

O modelo para compreender o casamento é o ponto de vista Ortodoxo de Deus como Trindade. As três pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são unidos em um através do amor. O homem e a mulher casados são a imagem de Deus três em um. Então o casamento é considerado como a união de duas pessoas em um ser, uma só substancia, ou a união em um corpo e alma, mas em duas pessoas[14].

“Quando marido e mulher são unidos em casamento, eles não são mais vistos como algo terrestre, mas como a imagem de Deus mesmo.” São João Crisóstomo.

c) Muçulmana
O casamento é considerado por Muçulmanos o estatuto normal para todos os adultos. O casamento é uma aliança sagrada, um contrato legal não somente entre dois indivíduos, mas entre duas famílias.
A cerimônia geralmente acontece na casa da noiva. O noivo e a noiva pronunciam os votos na presença de dois homens. Eles rezam e lêem passagens do Corão, trocam anéis e um contrato é assinado.
Depois de alguns dias, uma festa suntuosa chamada walima, é organizada para todos os amigos e a família e muitos presentes são oferecidos[15].

O adultério é considerado como a coisa mais desonrosa e vergonhosa que uma pessoa pode fazer. É um crime sério porque ele quebra uma ou duas famílias. A ofensa e a traição são tão profundas que é quase impossível perdoar.
A família muçulmana ideal é um marido e uma mulher e quase todos os casamentos são monógamos. No entanto, exceto algumas situações, os homens são permitidos de ter até quatro esposas.

d) Budista
O casamento tem por objetivo a evolução espiritual dos noivos. Cada escola budista tem rituais específicos. Beber saquê é um dos momentos mais significativos das cerimônias da tradição Zen Budista. No ritual, são servidos três cálices – um pequeno, um médio e um outro grande. Ao compartilhar do mesmo cálice, acredita-se que o noivo e noiva estão finalmente unidos. O incenso também está presente nas cerimônias[16].

Na maioria das comunidades a cerimônia não é religiosa, apesar de que os monges são convidados na casa da noiva, na manhã do casamento para uma festa. Em retorno, eles recitam as escrituras Budistas para proteger os noivos. Depois os monges voltam para o monastério antes que a cerimônia de casamento comece.
A fidelidade no casamento é absoluta. Buda ensinou que a partir do momento do casamento todas as mulheres outras que a esposa são consideradas como mãe, irmã ou filha dependendo da idade[17].

5) Amor e Casamento

Segundo o ponto de vista unificacionista, agora chegou o tempo em que
o potencial espiritual da relação homem mulher – originalmente perdido na Queda - pode ser realizado. Hoje, pela primeira vez, é atualmente através do casamento que podemos cumprir nosso mais alto potencial espiritual.
É no amor entre os membros da família que o amor de Deus pode ser conhecido da forma mais completa. As diferentes experiências de amor na família, como uma criança, como irmão ou irmã, como esposo ou esposa, como pai ou mãe e como avô ou avó manifestam a diversidade, a profundidade e a imensidade do amor de Deus.
Alcançar o amor verdadeiro no casamento e construir uma família é o propósito central de nossa vida na terra. O casamento então é um evento de muitíssima importância para cada pessoa e tem sentido eterno.
Na preparação para o casamento cada pessoa deve manter a pureza e a castidade, focalizando sua energia no crescimento espiritual e tornando-se um verdadeiro filho ou filha de Deus.
Os unificacionistas entendem que o Reverendo e a Sra Moon foram ungidos por Deus e Jesus para mostrar o modelo dos “Verdadeiros Pais” que foi perdido pelos primeiros antepassados. Eles abriram o caminho para uma nova visão do casamento perfeito, guiando os futuros noivos através de um curso de crescimento espiritual, psicológico e emocional até a maturidade que é a base de uma união bem sucedida. Um estilo de vida de serviço destinado a desenvolver a habilidade de doar, sacrificar, é a pratica do amor verdadeiro.
A tradição unificacionista afirma que o Reverendo Moon recebeu a autoridade de Deus de oferecer uma bênção espiritual especial que é um novo sacramento de Matrimônio que tem o poder de purificar a união marital dos cônjuges. A cerimônia é mais do que um casamento, é um compromisso eterno com Deus e o cônjuge, é o processo de enxerta na linhagem divina que será passada para as futuras gerações. É uma Bênção Sagrada instituída por Deus[18].

6) Casamento para a Paz Mundial

Uma contribuição importante da bênção de casamento inspirada pelo Reverendo e Sra Moon é a construção de um mundo de paz durável. O futuro noivo ou a futura noiva é encorajado a selecionar seu parceiro pertencendo a uma cultura, raça e religião diferente demonstrando seu amor verdadeiro para a humanidade. Participantes nestas cerimônias sentem que eles estão trazendo raças e nações juntas[19]. Cada esposo ou esposa está comprometido diante de Deus a realizar a harmonia internacional e inter-racial, recebendo não somente uma mulher ou um marido, mas também uma outra nação ou raça e “os dois se tornarão uma só carne”, realizando o ideal do Reino de Deus.
O amor verdadeiro de Deus, ensinado por Jesus: “amai os vossos inimigos”, é possível entre os cônjuges comprometidos de superar as barreiras de denominações, religiões, raças e nacionalidades e assim realizar a unidade da família humana sob um só Deus nosso Pai Celestial:

“para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em
ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia
que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um,
como nós somos um.
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade,
e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que
tens amado a eles como me tens amado a mim.”(Jo 17, 21 a 23)”.

Através destes casamentos, é criada uma família global centralizada no ideal de amor verdadeiro, um novo paradigma para o relacionamento homem-mulher para todas as culturas do mundo.
Este esforço de promover a paz mundial é um caminho profundamente espiritual e interno resolvendo e prevenindo os conflitos. É provavelmente o sinal de uma nova esperança para reconciliar e harmonizar as diferentes denominações, religiões, culturas e raças.

7) Matrimônio Abençoado e o Mundo Espiritual

Tanto o mundo físico quanto o mundo espiritual operam pelo poder do
amor. Qual é a qualificação para as pessoas viverem juntas eternamente? Qual é o desejo primário de toda a humanidade? É o amor. Não apenas qualquer amor, mas o amor verdadeiro.
O amor verdadeiro se adapta igualmente aos lares orientais, ocidentais independentemente da cultura, religião ou a cor da pele das pessoas, é o mesmo em qualquer lugar[20].

Jesus disse: “Amarás ao Senhor teu Deus com toda a tua alma e com todo o teu entendimento”. Este é o grande e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este é: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.

Antes de amar a Deus diretamente, devemos amar o alimento que comemos, amar todas as coisas materiais, amar, no sentido de cuidar, seu corpo, amar sua esposa ou seu esposo, o amor conjugal é o portão de entrada no Reino de Deus. Homens e mulheres desejam estar unidos para sempre para se assemelhar a Deus. O propósito do casamento é a perfeição da mente e do coração do homem e da mulher. Quando a pessoa morrer, deverá ter realizado isso em sua vida de casado e estar qualificado para ir o céu[21].
Externamente, o corpo humano fica mais velho. Mas se amarem mais e mais como marido e esposa, seu ser espiritual rejuvenescerá sempre mais, tornando-se forte e belo. O mundo espiritual está aqui e agora, começando no centro do amor verdadeiro. É por isso que o amor é o maior de todas as coisas.
Um marido não entra no Reino do Céu se sua esposa for para o inferno. Ambos devem entrar juntos no Céu. Nós entraremos no Reino do Céu se nossos pais, nossos filhos s filhas entrarem junto conosco[22].

8) O Significado Fundamental do Amor

a) O Amor Conjugal
O Amor conjugal é o amor que existe entre homens e mulheres, quando
estes se unem fisicamente. No Céu, um homem e uma mulher, mesmo sem seus corpos físicos, também podem praticar o amor. Eles experimentam uma emoção tão forte em seus corpos e mentes que esta transcende em muito o sentimento de amor que sentiam na Terra. No Céu, a cena de amor é tão bela que todos que observam aquele ato de amor são influenciados, sentem-se envolvidos como se participassem do mesmo[23].

b) O Amor Espiritual
O amor espiritual é absolutamente necessário para aqueles que vivem na
Terra. Uma vez que todos têm seu próprio ser espiritual, se não o cultivarem e o enriquecerem espiritualmente tornando-se um como esposo e esposa, encontrarão muitos problemas no Céu.
Nós devemos aprender a utilizar corretamente nosso curto tempo de vida na Terra a fim de antecipar a experiência do amor completo, maduro e pleno que esperamos vivenciar eternamente no Céu. Os casais que produzem bons frutos do amor, cultivando e encorajando um ao outro para realizar o amor verdadeiro, alcançarão o estado de plenitude de amor espiritual[24].

c) Ágape – O Amor Incondicional das Religiões
Quando Deus nos criou, dotou-nos de capacidade para o amor
incondicional. Este é o amor Ágape. Devido à queda humana, o padrão original do amor deteriorou-se, distanciando-se do amor incondicional de Deus. O caminho da salvação tornou-se árduo e difícil. Deus e os seres humanos carregam muito sofrimento em seus corações. O relacionamento de amor verdadeiro e durável entre esposo e esposa é o mais complicado a alcançar.
Como já foi mencionado acima, estamos esperando as “Bodas do Cordeiro”, o casamento perfeito do Cristo e de sua esposa para restaurar o padrão original de Adão e Eva antes da queda.
Desde o começo da Igreja, houve homens e mulheres que renunciaram ao grande bem do Matrimônio para seguir o Cordeiro[25], devido a que Jesus não podia abrir o padrão do amor conjugal.

9) Passos práticos para um Casamento Eterno[26]

a) Reservar tempo para rezar e estudar, examinar nossos valores.
b) Praticar a visão de um casamento saudável dentro de nossa própria
família educando nossos filhos na preparação do casamento futuro. Por exemplo, uma vez por semana fazer uma reunião de estudo com outros casais.
c) Ensinar aos outros o ideal e a visão, ajudar os amigos, 75% dos casamentos infelizes podem ser transformados e melhorados. A visão dos conselheiros Dietrich e Elisabeth Seidel é: “Experimentar Deus da maneira mais íntima dentro de nosso casamento”.
d) Cada casamento precisa ser planejado e construído. O fundamento é a experiência do coração de Deus, baseado no sentimento da presença do Deus vivo.
e) Melhorar a habilidade de comunicação. Necessitam-se paciência, pureza do coração, sacrifício e sinceridade, ser um bom ouvinte.
f) Seja um pacificador de casamento, aprenda a resolver conflitos. Ter conflitos não é o problema real, o problema real é a incapacidade de resolvê-los. Não fiquem em silêncio isolados por muitos anos.
g) Ajudem casais a desenvolver intimidade e sexualidade no casamento. Deus criou o órgão sexual como a parte mais sagrada do meu corpo para transmitir a vida e a linhagem, não para minha satisfação pessoal, “o propósito de minha vida sexual pertence completamente a meu parceiro”. O verdadeiro amor sexual é uma forma suprema de auto-sacrificio.
h) Organizar uma cerimônia de renovação de casamento em sua igreja.
Secundo Wilcox: “A prática religiosa é a melhor coisa para favorecer a qualidade e a duração do casamento... de fato, as relações recíprocas entre a religião e a família são muito profundas o que é sugerido que a família funciona como a primeira instituição da religião americana.”
As igrejas deveriam se juntar para fazer isso, além das barreiras denominacionais. O Movimento “Convenção do Casamento”, incluindo 35 entidades nacionais cristãs nos EUA, reunindo 31milhões de pessoas é um bom sinal.
i) Fortalecer sua fé em Deus através de sua igreja local, mesquita ou
sinagoga. Há uma relação entre uma forte crença religiosa e uma satisfação na vida sexual. Segundo o Conselho de Pesquisa sobre a Família, “72% dos casais casados eram muito satisfeitos com a vida sexual deles, comparado aos 59% dos casais que não seguem a tradição do casamento.”
j) Ajudar os pais a oferecer uma preparação de casamento para os filhos
deles. A presença e a atenção dos pais é a melhor fundação para os jovens manterem a pureza sexual, abster a atividade sexual precoce para estabelecer um casamento saudável.

10) A vocação do Matrimônio e o voto de castidade

A virgindade por causa do reino e o sentimento cristão do casamento
são inseparáveis e se ajudam mutuamente[27]. São Paulo considerou o casamento como uma necessidade infeliz, depois de dois mil anos de cristianismo, gradualmente a vocação do casamento e seu propósito original estão sendo ressuscitados. Muitos clérigos na Igreja realizam que o sacrifício da vida de celibato cumpriu seu objetivo. Nós entramos na era quando cada homem e mulher são chamados para cumprir seu propósito original de refletir a imagem de Deus[28].
Infelizmente, muitos não têm a capacidade de manter o voto de celibato, eles não resistem na tentação do pecado sexual, recentemente aumentaram os escândalos entre os padres e freiras. Desta forma, a linhagem de Satanás continua fluindo na Igreja de Deus. Esta linhagem de Satanás deve ser purificada, o amor verdadeiro e a linhagem de Deus devem ser restaurados.
O Arcebispo Milingo respondeu ao chamado de Deus de restaurar o ideal original do casamento, ele tentou abrir o caminho para os outros se separam de Satanás e ajudar a limpar e renovar a Igreja. Ele lutou desesperadamente em oração: obedecer à autoridade da Igreja ou obedecer à vontade de Deus? Como muitos santos e reformadores ele foi perseguido escolhendo abraçar o chamado do Senhor, o ideal do casamento e da família, em maio de 2001[29].

CONCLUSÃO

Na sociedade de hoje o casamento e a família estão ameaçados, é um fenômeno mundial. As pesquisas revelam que os problemas sociais são conseqüência da desintegração da família. Então o matrimônio tem um papel fundamental para construir um mundo melhor. Uma nova visão do casamento e da família é necessária para uma sociedade global saudável, moral e moderna. A bênção do Matrimônio Sagrado, segundo o ideal original de Deus oferece uma grande esperança, para toda a humanidade, de todas as religiões, raças e cultura. Do lado humano, a Igreja e todas as religiões têm uma grande responsabilidade de capacitar todos os jovens a se preparar para o casamento através do compromisso da pureza sexual, e para os casais manterem a fidelidade para sempre.
A vontade de Deus é que todos seres humanos possam alcançar a perfeição do caráter e da família através do Matrimônio, na era do Segundo Advento do Cristo, as bodas do Cordeiro, todos os homens e mulheres poderão limpar o pecado original e assim realizar um casamento abençoado, enxertando um nova vida, uma nova linhagem e herdar o amor verdadeiro.
A prática do amor verdadeiro, pureza sexual antes do casamento e fidelidade dentro do casamento é o caminho absoluto e o destino de todos os seres humanos, independente da religião, não somente para construir o Reino de Deus na Terra, mas preparar nossa vida eterna e ser qualificado para entrar no reino de Deus no Céu, depois que acaba nossa vida física neste mundo terreno. Segundo esta visão, os casais unidos no amor eterno de Deus, na terra ficarão juntos para uma felicidade eterna, no Céu.


NOTAS:
[1] Catecismo da Igreja Católica – N° 1602
[2] MOON, S.M. “Princípio Divino”p. 40
[3] Catecismo N° 1607
[4] MOON, Op. Cit., p. 52
[5] Idem, p. 61
[6] Idem, p. 62
[7] Catecismo N° 1613
[8] MOON, S. M. The Life and Misson of Jesus Christ – p. 77
[9] MOON, S. M. A Família Abençoada e o Reino Ideal – p. 46
[10] MOON, S. M. Princípio Divino – p. 271
[11] VERONESE, M. Eterna aliança com Deus – Revista das religiões - p. 53
[12] HAINES, W. My World & I:The Way to Love- p. 66
[13] VERONESE, M. p. 52
[14] HAINES, W., p. 139
[15] idem p. 93
[16] VERONESE, M. p. 51
[17] HAINES, W., p.56
[18] HSA-UWC – The Blessing of Love – p. 17-18
[19] idem p. 24
[20] MOON, S. A Vida na Terra e no Mundo Espiritual I – p. 61
[21] Caráter, Família e Serviço social:Construindo uma Cultura de Paz- p. 33
[22] MOON, S.M. - A Vida na Terra e no Mundo Espiritual II- p. 54
[23] LEE, S.H. – A Realidade do Mundo Espiritual e a Vida na Terra – p. 58
[24] idem p. 59
[25] Catecismo da Igreja Católica – A virgindade por causa do Reino – N° 1618
[26] HENDRICKS, T., True Family Values N° 6- p.15
[27] Catecismo N° 1620
[28] Statement of His Grace Archbishop Emmanuel Milingo
[29] idem - Milingo


BIBLIOGRAFIA

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – São Paulo: Edições Loyola,
2000

Bíblia Online - Versão Revista e Corrigida, de João Ferreira de Almeida - Sociedade Bíblica do Brasil

Federação Inter-religiosa Internacional para a Paz Mundial - Caráter,
Família e Serviço social: Construindo uma Cultura de Paz – São
Paulo – Dezembro 2000

HAINES, William. My World and I: The Way of To Love – Moscow:
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HENDRICKS, Tyler. True Family Values N° 6 – Building a Genesis
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HSA-UWC – The Blessing of Love – Love, Marriage and World Peace-
New-York: The Holy Spirit Association for the Unification of
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LEE, Sang Hun. - A Realidade do Mundo Espiritual e a Vida na Terra –
São Paulo: Associação das Famílias para a Unificação e Paz
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MILINGO, Emmanuel – Depoimento – New York - 2001
http://www.archbishopmilingo.org/statement_archbishop_milingo.htm

MOON, Sun Myung. Princípio Divino. - São Paulo: Associação
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1997

MOON, Sun Myung. The Life and Mission of Jesus Christ. - New-
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MOON, Sun Myung. A Família Abençoada e o Reino Ideal- São Paulo:
Associação das Famílias para a Unificação e Paz Mundial, 1997

MOON, Sun Myung. A Vida na Terra e no Mundo Espiritual I – São
Paulo: Associação das Famílias para a Unificação e Paz Mundial,
1999

Revista das Religiões. Unidos pela fé. – São Paulo: Editora Abril,
Edição 9, Maio 2004

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