O Gnosticismo de Paulo
O amor de Marcion por Paulo estava enraizado no fato de que o Apóstolo em suas epístolas frequentemente falava como um Gnóstico1. Para os Coríntios, ele escreveu:
“Entretanto, falamos de sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada. Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória.” 1 Coríntios 2:6-8
Além do mais, Paulo sugeriu que ele estava prestes a revelar conhecimento sobre um Deus oculto. Em Atos 17:23, Paulo disse a uma audiência de gentios:
“Pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio.” Atos 17:23
A Maldição da Lei
Acima de tudo, Paulo é apreciado por Marcion e os gnósticos por suas declarações sobre a lei.
Em 1 Coríntios 15:56, ele escreveu:
“O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.” 1 Coríntios 15:56
Em Gálatas 3:10-13, ele falou da lei como uma maldição escrevendo:
Já os que são pela prática da lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: "Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei".
É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé".
A lei não é baseada na fé; pelo contrário, "quem praticar estas coisas, por elas viverá".
Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Gálatas 3:10-13
Ao fazer tais declarações, Paulo separou a si mesmo e sua Cristologia do Judaísmo. Para o verdadeiro judeu, a lei era um presente de Deus para Israel, o próprio fundamento de Sua aliança com Seu povo. O salmo 19: 7-11 proclama:
A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.
Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.
O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.
São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.
Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes. Salmos 19:7-11
Fonte: “Our Father Forsaken, The Abandonment of the God of the Old and New Testaments” (Nosso Pai Abandonado, O Abandono do Deus do Antigo e Novo Testamentos) publicado por Pastor Hyung Jin Sean Moon.
1 O significado comumente aceito de gnostikós em clássicos gregos é "aquele que sabe" ou "que entende", como na comparação entre "o que pratica" (praktikós) e "o que entende" (gnostikós)
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